segunda-feira, 28 de março de 2011

Um estudo sobre o sofrimento.

Manoel Gomes.

O que é o sofrimento? Ele é necessário?

O dicionário Aulete define o sofrimento como: dor física ou moral continuada.

O sofrimento tanto pode incomodar fisicamente: uma doença, um ferimento; como pode ser de natureza moral, emocional: uma separação, a perda de um emprego.

Todavia, por que ele existe? É uma punição, como prega alguns religiosos, por um pecado cometido? E as crianças alcançadas pela dor na tenra idade, que pecado cometeram se ainda nem chegaram a viver? Há uma resposta pronta para essa questão: “Adão e Eva pecaram, desobedecendo a uma ordem do Criador que os proibia de comer de determinado fruto e, assim, o pecado e com ele a dor se instalaram no mundo.”
Somos todos devedores, herdamos a dívida do casal biblíco primitivo. É crível?

No Hinduísmo, a trajetória que a alma terá é traçada de acordo com as ações praticadas aqui na Terra (lei do Carma). O sofrimento é o resultado de ações más praticadas no pretérito, em outra vida. Melhorou, a dor vem em resposta a uma ação errônea nossa, nós somos os responsáveis pela nossa felicidade ou infelicidade.

Já o Budismo ensina que o sofrimento é auto-infligido, oriundo de nossos pensamentos e comportamento, os quais são influenciados pelas habilidades de nossos seis sentidos. Nossos desejos – por dinheiro, poder, fama e bens materiais – e nossas emoções – tais como, raiva, rancor e ciúme – são fontes de sofrimento causado por apego a essas sensações. Portanto, o sofrimento está primariamente associado com as ações de nossa mente. É a ignorância que nos faz tender à avidez, à vontade doente e à ilusão. Como conseqüência, praticamos maus atos, causando diferentes combinações de sofrimento. 

Contudo, será que a dor é só punição, expiação? O que a Doutrina Espírita nos revela sobre o sofrimento?

Na obra “O problema do ser, do destino e da dor”, Léon Denis exemplifica: “... a dor é uma lei de equilíbrio e educação... O sofrimento... deve ser considerado como necessidade de ordem geral, como agente de desenvolvimento, condição do progresso.” Na mesma obra, ele continua: “O gênio não é somente o resultado de trabalhos seculares; é também a coroação de sofrimento. É necessário sofrer para adquirir e conquistar.”
O conceito foi expandido, a dor não é só punição, é também ferramenta do progresso, do aprendizado. A dor educa e fortalece o ser. Molda a criatura humana na preserverança e na humildade, importante para aparar a aresta do egoísmo e da vaidade.

“A dor física é em geral um aviso da natureza, que procura preservar-nos dos excessos. Sem ela abusaríamos dos nossos órgãos até o ponto de os destruirmos antes do tempo.” (Léon Denis).

No livro Libertação da série A Vida no Mundo Espiritual, André Luiz nos ensina que: “O sofrimento é reparação ou ensinamento renovador.” Indicando o caráter educativo da dor, sem ela não conseguiríamos distinguir o bem do mal, o justo do injusto, o natural do antinatural. A dor é um sinal de alerta, um aviso de que algo está errado e devemos tentar corrigir. Significa a maioria das vezes, que pegamos o atalho do pântano, no lugar de pegar a estrada principal. Estamos fora da rota, e é melhor corrigir o rumo, pois, por onde vamos, não chegaremos à lugar algum.

Aprende a sofrer. Não te direi procura a dor. Mas quando ela se erguer inevitável no teu caminho, acolhe-a como uma amiga. Aprende a conhecê-la, a apreciar-lhe a beleza austera, a entender-lhe os secretos ensinamentos... Em vez de te revoltares contra ela ou, então, de ficares acabrunhado, inerte e fraco debaixo de sua ação, associa tua vontade, teu pensamento ao alvo que ela visa, procura tirar dela, em sua passagem por tua vida, todo o proveito que ela pode oferecer ao espírito e ao coração.” (Léon Denis).






quarta-feira, 23 de março de 2011

A Lenda do continente perdido.

                   Manoel Gomes.


Alguém já ouviu falar de Lemúria?

Lemúria foi uma antiga civilização que existiu antes e durante o período de Atlântida. Acredita-se que ficava localizada no Pacífico Sul, entre o norte da América e Ásia / Austrália. Também é conhecida como Mu ou Motherland. No seu apogeu, os lemurianos eram altamente desenvolvidos e muito espirituais. Contudo, não existe nenhuma evidência que Lemúria existiu realmente.


Augustus Le Plongeon, viajante e escritor do século XIX, acreditava que muitas antigas civilizações, como a Egípcia, foram criadas por refugiados de Mu – que ele localizava no Oceano Atlântico. 

Este conceito foi expandido por James Churchward (1851-1936) que afirmava que Mu estava localizado no Oceano Pacífico.

Lemúria é descrito como um continente não muito montanhoso, sendo a parte central mais ou menos nivelada com uma ou outra montanha erguendo-se entre 600 e 1.200 metros. No extremo oeste do continente havia algumas serras cujos picos mais altos constituem as muitas ilhas situadas próximo da Ásia.

A vegetação era de natureza tropical. O inseto que hoje chamamos formiga era tão grande que atingia 5cm de comprimento, a barata tinha de dez a doze centímetros de comprimento e eram capazes de voar a grandes distâncias. O maior animal pertencia a classe dos répteis e chegavam a alcançar mais de trinta metros. Cobras e serpentes de vários tipos eram também comuns.

A mais interessante espécie de animal existente era conhecida como lêmures e era muito parecida com macacos. O nome Lemúria foi adotado devido ao conhecimento da existência de lêmures nas ilhas do Pacífico. Contudo, nos velhos escritos, o continente é referido como a pátria de Mu.

Quanto ao povo, ele era mais um pouco mais alto que a média atual, tendo, talvez, 1,80m de altura e pesando entre 72kg a 90kg. Não eram dados a comer muita carne. Viviam principalmente de legumes e frutas.

Os lemurianos tinham uma vida muito difícil devido ao clima, à natureza do solo e ao contínuo medo de erupções vulcânicas, terremotos, maremotos inesperados e de ataque de hordas de criaturas selvagens que desciam das montanhas, vinham das planícies ou surgiam dos rios e oceanos. Apesar disso, alcançaram grande compreensão científica das leis naturais e desenvolveram certas capacidades humanas interiores.

      Os habitantes de Mu desprezavam conjecturas e especulações em seus estudos. Eles compreenderam que só havia uma fonte fidedigna de sabedoria positiva e esta era a Mente Cósmica. Gostavam de recorrer à concentração e meditação quando em dúvida, ou em busca de novo conhecimento.

       
Eles possuíam uma protuberância no centro da fronte, um órgão sensorial equivalente a um olho, a um ouvido, a um nariz e a qualquer outra faculdade que agora possuímos para receber impressões. Era comum o lemuriano fechar os olhos e ficar parado a qualquer momento durante suas atividades diárias e focalizar a sua consciência no centro de sua fonte e receber uma impressão que poderia ser de visão, olfato, audição ou paladar. Pelo uso dessa habilidade, eles podiam ver ou sentir por olfato, ou som, algum animal perigoso a uma distância muito grande.

Eles declaravam explicitamente que a personalidade do homem era essência e consciência etérea, espiritual e invisível, que ocuparia as condições da quarta dimensão de um mundo puramente espiritual, e que esse mundo não poderia ser descrito com termos materiais.

Os lemurianos não emitiam moedas e não tinham nenhuma mercadoria ou artefato que servisse como dinheiro. Ninguém recebia qualquer forma de remuneração por seus esforços, exceto o privilégio de compartilhar de todos os interesses comunitários. Anarquia e crime, como os compreendemos hoje, reduziam-se a um mínimo. Desconhecia-se o poder da riqueza pessoal.

Os lemurianos foram as primeiras raças definidas do homem conhecidas da história. O continente de Lemúria foi o verdadeiro berço da civilização humana e de seu povo procederam todas as atuais raças humanas.




segunda-feira, 21 de março de 2011

Doenças.

Joanna de Ângelis.



Qualquer equipamento de uso sofre os efeitos do tempo, o desgaste dos serviços, os desajustamentos, caminhando para a superação, o abandono...
O que hoje é de relevante importância amanhã encontra-se ultrapassado e, assim, sucessivamente.
O corpo humano, da mesma forma, não pode permanecer indene às injunções naturais da sua aplicação e das finalidades a que se destina.
Elaborado pelos atos pretéritos, é resistente ou frágil, conforme o material com que foi constituído em razão dos valores pertinentes a cada ser.
Muito justo, portanto, que enferme, se estropie, se desgaste e morra.
Transitório, em razão da própria junção, é, todavia, abençoado instrumento do progresso para o Espírito na sua marcha ascensional.


Chamado à reflexão, por esta ou aquela enfermidade, mantém-te sereno.
Vitimado por uma ou outra mutilação, aprofunda o exame dos teus valores íntimos e busca retirar da experiência as vantagens indispensáveis.
Surpreendido pelos distúrbios da roupagem física ou da tecelagem no sistema eletrônico do psiquismo, tenta controlá-los e, mesmo lutando pela recuperação, mantém-te confiante.

Não te deixes sucumbir sob as injunções das doenças.
Através da mente sã reconquistarás o equilíbrio da situação. E se fores atingido na área da razão, desde hoje entrega-te a Deus e confia n’Ele.
A doença faz parte do processo normal da vida como parcela integrante do fenômeno da saúde.

Do cap. 21 do livro Episódios Diários, de Joanna de Ângelis, obra psicografada pelo médium Divaldo P. Franco.





sexta-feira, 18 de março de 2011

Opinião: A soberania das nações.


Até que ponto uma nação é soberana?

Tal questão me foi suscitada ao ler esta notícia no Estadão:

 ONU autoriza intervenção na Líbia

Por dez votos a zero, Conselho de Segurança autoriza zona de exclusão aérea; Brasil se abstém.

 O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta quinta-feira, 17, a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia e a adoção de todas as medidas necessárias para impedir o massacre de civis por tropas do ditador Muamar Kadafi. A medida recebeu dez votos favoráveis (EUA, Reino Unido, França, Líbiano, Bósnia e Herzegovina, Colômbia, África do Sul, Nigéria, Gabão e Portugal) e cinco abstenções: Brasil, China, Rússia, Índia e Alemanha. Tropas americanas, francesas, britânicas e de dois países árabes devem participar da ação militar.”

Pode? É assim mesmo? O Conselho de Segurança da ONU tem o poder de ordenar a intervenção em qualquer país do mundo?

O que é o Conselho de Segurança da ONU?

“O Conselho de Segurança (CS) é o órgão da ONU responsável por garantir a paz mundial. É formado por 15 países, que avaliam se existe alguma ameaça internacional e decidem como contê-la. Em alguns casos, a decisão tem força de lei, ou seja, não pode ser contestada pelos países da Organização da Nações Unidas. Isso vale para embargo econômico (como foi feito contra o Iraque em 1991, por ter invadido o Kuwait) e intervenção militar (foi o que aconteceu durante a Guerra da Coréia, nos anos 50).

Com o fim da 2a Guerra, em 1945, os vencedores formaram a ONU e o CS. Os aliados (EUA, Rússia, Reino Unido e França), mais a China, se tornaram os membros permanentes. Os outros 10 são temporários, que ocupam a vaga por apenas dois anos.”

Então, existem “membros” e “membros” do CS. Uns são permanentes, com poder de decisão maior, os outros são temporários, não têm poder de veto. O Brasil é um membro temporário, que luta para conseguir ter assento permanente no Conselho, e tem razão, só assim poderia vetar qualquer ameaça de intervenção no seu território.

É claro que se uma nação tiver um grande poder militar, ninguém a ameaçará de invasão e a sua soberania estaria preservada pela força de suas armas. Não é o caso do nosso país infelizmente.

A soberania dos povos está se tornando relativa hoje em dia. São soberanos desde que não ameacem a tal ordem mundial, leia-se interesse econômico, ou se possuírem forças armadas de tal envergadura que desmotivem qualquer aventura no seu território.

Manoel Gomes.