quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Corredora.

Chovia! Chovia muito nessa quarta-feira de manhã. Uma parede branca cobria a Baía da Guanabara; o Cristo estava invisível atrás das nuvens.
Chovia! Fazia frio! O termômetro digital do calçadão marcava dezenove graus; bem frio para os padrões do carioca.
    
     Mas, na areia da praia de Icaraí, ela corria; vestia uma camiseta branca, um calção azul e um par de tênis. Ela não sentia frio, correndo na areia molhada. Não pode perder um dia sequer; precisa entrar em forma; o verão está logo ali, no próximo mês. Corria indiferente à chuva, ao frio... Solitária, correndo num dia que apenas começava.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Deus.

O que é Deus?
Questão difícil. Para quem não acredita é fácil: Deus não existe; e para os crentes, aqueles que crêem num Criador de todas as coisas?
O que é Deus?


        Não é matéria, átomo, nêutrons, elétrons ou prótons; pois, se criou tudo isso, não pode ser algo criado por Ele próprio.
        É energia? Não. Energia também é criação; aliás, energia e matéria estão intimamente ligadas, como demonstra a famosa equação de Albert Einstein.
        É espírito?
        Mas, não foi o Todo Poderoso quem criou os espíritos? Então, não pode ser um deles. Tem que ser outra coisa; porém, o quê?
        O que é Deus?
        Deus é o maior dos mistérios e Dele só podemos conhecer, por hora, sua obra: a maravilha que chamamos de Universo. E, na imensidão cósmica, vislumbramos o enigma Daquele que é maior do que o Universo. 
                                             

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

No ônibus.

    Silêncio... Ninguém fala. As vozes humanas estão caladas; não há conversa com o passageiro ao lado. Uns dormem, outros escutam música que vem dos seus fones de ouvido... A morena olha pela janela e nada vê; seus olhos estão fixos, estáticos, impassíveis; no quê pensa a morena da cor da canela?
    Ruídos... Sons vem de fora... trânsito confuso na ponte no caminho para o Rio; ônibus quase lotado, mas ninguém fala, nenhuma frase é dita; só o barulho dos veículos que passam é ouvido.
    A morena que olha sem ver se impacienta, boceja, ajeita a blusa, olha para o relógio; quer logo descer para a rua; quem sabe vai trabalhar. Por um momento nossos olhos se encontram e penso que ela sorriu sem sorrir, assim como olha e não vê.                                            

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Bezerra de Menezes.

O nome mais famoso do espiritismo brasileiro foi vereador e chegou a presidente da Câmara Municipal. Hoje em dia, não há espírita que não recorra ao doutor Bezerra de Menezes quando tem algum problema de saúde na família.
Nascido no ano de 1831 em Riacho do Sangue, no Ceará, Adolfo Bezerra de Menezes formou-se aos 25 anos na Escola de Medicina do Rio de Janeiro.
Conhecido por sua dedicação aos mais carentes como o "médico dos pobres", largou o posto de cirurgião-tenente do Exército - lotado no Hospital Central, além de possuir uma famosa clínica com uma clientela rica - para entrar na política.
O que Bezerra de Menezes recebia da classe abastada no seu consultório no Centro da cidade gastava com os mais pobres, não só clinicando gratuitamente, como dando a eles remédios, roupa, dinheiro, enfim, tudo de que necessitassem. Isso levou a população do bairro de São Cristóvão a pedir que ele a representasse na Câmara Municipal.
Vereador eleito pelo Partido Liberal, Bezerra de Menezes enfrentou logo a oposição do líder do Partido Conservador, Hadock Lobo, que pediu a impugnação do seu diploma, sob o argumento de que um militar da ativa não poderia exercer cargo político. Bezerra de Menezes pediu baixa do Exército e, durante vinte anos - de 1860 a 1880, ano em que presidiu o Legislativo do Município -, foi eleito vereador, deputado geral e indicado para o Senado.
Como político e jornalista, Bezerra de Menezes, em comícios e artigos, defendeu, entre outras causas, a emancipação dos escravos. Nesse período, lançou o jornal A Reforma, de orientação liberal, e criou a Estrada de Ferro Macaé-Campos, que o enriqueceu, mas acabou falindo, não só por dar tudo que tinha para os pobres, como também pela falta de apoio do Governo Imperial, que não liberou os meios para o desenvolvimento da ferrovia.
Isso não impediu que continuasse atendendo às massas carentes, já convertido à doutrina espírita, pioneiramente como médico homeopata, até falecer, pobre e amado pelo povo, em abril de 1900. 






(FONTE: Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro - Vereador histórico)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Tem Coragem.

Joanna de Angelis.


Nas contingências afligentes do cotidiano e ao largo das horas que parecem estacionadas sob a injunção de dores íntimas, extenuantes, que se prolongam, não te deixes estremunhar, nem te arrebentes em blasfêmias alucinadas, com que mais complicarás a situação.
Tempestade alguma, devastadora quão demorada, que não cesse.
Alegria nenhuma, repletada de bênçãos e glórias, que se não acabe.
A saúde perfeita passa; a juventude louçã desaparece; o sorriso largo termina; a algaravia de festa silencia...

Da mesma forma, o aguilhão do infortúnio se arrebenta; a enfermidade se extingue; a miséria muda de lugar; a morte abre as portas da vida em triunfo...

Tudo quanto sucede ao homem constitui-lhe precioso acervo, que o acompanhará na condição de tesouro que poderá investir, conforme as circunstâncias que lhe cumpre enfrentar, ao processo da evolução.
Os que aspiram a fortunas alegam, intimamente, que se as possuíssem mudariam a situação dos que sofrem escassez. No entanto, os grandes magnatas que açambarcam o poder e usufruem da abundância, alucinam-se com os bens, enregelando os sentimentos em relação ao próximo...
Quantos anelam pela saúde, afirmam, no silêncio do coração, as disposições de aplicá-la a benefício geral. Não obstante, os que a desfrutam, quase sempre malbaratam-na nos excessos e leviandades com que a comprometem, desastrados... 



                                                          
O bem deve ser feito como e onde cada qual se encontre.
Em razão disso, as situações e acontecimentos de que se não é responsável, no momento, devem ser enfrentados com serenidade e moderação de atos, por fazerem parte do contexto da vida, a que cada criatura se vincula.

A vida são o conteúdo superior que dela se deve extrair e a forma levada com que se pode retirar-lhe os benefícios.
Um dia sucede o outro, conduzindo as experiências de que se reveste, formando um todo de valores, que programam as futuras injunções para o ser.

Recorre, as situações diversas, aos recursos positivos de que dispões, e aguarda os resultados desse atitude.

Jesus é sempre o exemplo.
Poderia haver liberado todos os enfermos que encontrou pela senda; mas não o fez.
Se quisesse, teria modificado as ocorrências infelizes, que o levaram às supremas humilhações e à cruz; todavia, sequer o intentou.
Conferiria fortuna à pobreza, à mole esfaimada que O buscava, continuamente; todavia, não se preocupou com essa alternativa.
Elegeria para o Seu labor somente homens que O compreendessem e Lhe fossem fiéis, sem temores, nem fraquezas; porém optou pelo grupo de que se cercou.
Modificaria as estruturas sociais e culturais da Sua época; sem embargo, viveu-a em toda a plenitude, demonstrando a importância primacial da experiência interior e não dos valores externos, transitórios.
Apresentar-se-ia em triunfo social, submetendo o reizete que Lhe decidiu a sorte; apesar disso, facultou-se viver sob as condições do momento em plena aridez de sentimentos e escassez de amor entre as criaturas... 

Jesus, no entanto, conhecia as razões fundamentais de todos os problemas humanos e a metodologia lenta da evolução; identificava que a emulação pela dor é mais significativa e escutada do que a do amor, sempre preterido; sabia do valor das conquistas superiores do Espírito, em detrimentos das falazes aquisições que se deterioram no túmulo e dissociam os tesouros da alma.
Tem, portanto, coragem e faze como Ele, ante dificuldades e problemas que passarão, armando-te hoje de esperança para o teu amanhã venturoso. 



Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Alerta.


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Utopia.

Manoel Gomes.


Utopia é o título de um livro do filósofo inglês do século XV, Thomas More. Nessa obra, o autor critica a sociedade do seu tempo, a corrupção, os abusos de poder e as injustiças. O tema parece atual? E é. Pois, nas sociedades de hoje, o que mudou? O mundo continua injusto, ainda buscamos por Utopia.
No seu livro, More cria um novo Estado, uma república ideal em que a propriedade privada e a moeda seriam abolidas, mas na qual seus habitantes seriam realmente cidadãos com iguais direitos e deveres para todos. Onde haveria o respeito, a harmonia na convivência humana e a paz. Uma utopia.


                                              


Sempre sonhamos com liberdade e igualdade. O lema da Revolução Francesa era: liberdade, igualdade e fraternidade. E vem dela a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26 de agosto de 1789). O maior símbolo desse conturbado período da história é a tomada da Bastilha, fortaleza onde o despotismo encerrava suas vítimas e que a imaginação, nutrida de história e ficção, erigiria como templo da crueldade e do horror.
Jesus também pregou a sua utopia quando disse que todos somos filhos do mesmo Deus-Pai. Portanto, irmãos pela natureza divina. Ele pregou a justiça e o amor entre todos. A igualdade natural que deve existir entre verdadeiros irmãos. O Pai não privilegia qualquer dos seus filhos em detrimento dos outros. Somos herdeiros da sua infinita misericórdia. Se nos consideramos cristãos, devemos, pelo menos, tentar seguir seus ensinamentos e, talvez, em volta de nós, não houvesse tanta miséria e desamor.
Nas artes, mais precisamente na música, o sonho utópico da sociedade ideal se expressa na bela canção de John Lennon, 'Imagine'. Onde o ex-Beatle descreve seu sonho de um mundo perfeito, sem religiões, sem causas de ódios e bandeiras que levam à guerra e à morte. Um mundo sem céu e inferno. O mundo dos humanos, da humanidade fraterna; da paz e do amor. Uma verdadeira utopia. Mas você pode se juntar a este sonho, ele convida. Basta acreditar que é possível. E se todos passarem a crer, a terra se transformará. Creia, junte-se a nós!
"You may say, I'm a dreamer, but I'm not the only one. I hope some day you join us and the world will live as one."(John Lennon).
   

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Um Olhar sobre a Páscoa.

Manoel Gomes.


Mais uma semana santa. Tempo de ovos de chocolate, bacalhau e família reunida no domingo. Provavelmente é a data mais importante do calendário cristão, os católicos dizem que é a razão de ser da sua religião: Jesus morto na sexta-feira da paixão é celebrado vivo, ressuscitado, no domingo seguinte. A morte foi vencida, a vida triunfou. 
"No primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram ao sepulcro, com os aromas que tinham preparado. Encontraram a pedra rodada para longe da abertura do sepulcro. Entraram e não acharam ali o corpo do Senhor Jesus. Não sabiam o que pensar, quando apareceram dois homens em vestes fulgurantes. E como, atemorizadas abaixassem o rosto para a terra, disseram eles: 'Por que buscai entre os mortos ao que está vivo? Não está aqui; mas ressuscitou..." (Lucas, 24, 1-6).
E como nós outros devemos encarar a Páscoa, principalmente os espíritas que não comungam do dogma da ressurreição por contrariar as leis da natureza? Ora, há duas questões incluídas nessa semana: a morte, e a vida. Uma, a vida, nega a outra, a morte. Pois a partir da ressurreição triunfa o ser imortal, o espírito que vive para sempre. Não há fim e sim continuidade, como ensina a doutrina espírita de outra maneira. O que "morre" é o corpo físico, a vestimenta transitória da nossa jornada na terra. 
                                                      
Celebremos a Páscoa como um momento de reflexão e de transformação. Junto aos nossos, no domingo festivo, lembremos dos ensinamentos do Nazareno que o imortalizam e que nos guiam para um dia estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de sermos 'espíritos perfeitos' , fazendo brilhar a 'nossa luz'. Comemoremos, então, a Páscoa da transformação, rumo a uma vida plena!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Mundo de Regeneração.

Manoel Gomes.


O que seria um mundo de regeneração? A nossa terra, atualmente, segundo a doutrina espírita, é um um mundo de provas e expiações. Por causa disso, o mal aqui ainda impera e com ele o sofrimento, as angústias, dores e privações.
"Não se turbe o seu coração. - Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já vo-lo teria dito,..."(João, 14:1 a 3).
Mas é a terra responsável pelo sofrimento? Não, essa responsabilidade é dos espíritos que aqui encarnam que têm propensão para o mal, somos espíritos imperfeitos. No início da escalada rumo à perfeição, com muito para aprender. A terra é a escola onde burilamos nossa índole, expiamos nossas culpas e tentamos fazer luzir o bem que, como semente no interior de nós, procura o momento oportuno para germinar e florir.
"...a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos espíritos que acabaram de sair das mãos do criador... Mas (os que aqui encarnam) mostram propensos a numerosos vícios... Por isso os colocou Deus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias de vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso." (ESE, cap. III, 13).
Então a qualidade de um mundo está diretamente relacionada com a dos espíritos que nele encarnam. Se forem primitivos, o mundo será primitivo; se forem evoluídos, o mundo será evoluído. A terra ascenderá na escala dos mundos quando aqui encarnarem seres com predominância do bem sobre o mal, entidades mais espiritualizadas e menos materialistas: o espírito predominando sobre a matéria. O mundo será melhor quando fomos criaturas melhores, não é o contrário. A felicidade é conquista nossa, intransferível.Se todos forem felizes o "lar" será feliz!
"Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem moralmente os mundos em que eles habitam... porquanto nada em a Natureza permanece estacionário." (ESE, cap. III, 19).
                                  
Alguns dizem que a terra já entrou em processo de transformação para receber os espíritos que já conseguiram mudar o seu modo de ser, aprenderam com várias provas e atingiram o estágio que os qualificam a um mundo melhor: um mundo de regeneração, onde o bem começa finalmente triunfar sobre o mal, um lugar de transição para os mundos felizes.
"Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se." (ESE, cap. III, 17).
Se for assim, será que nós também mereceremos um mundo melhor? Como anda a nossa reforma íntima? Já conseguimos tratar melhor o nosso semelhante, perdoamos setenta vezes sete, ou continuamos a guardar ódios, rancores e desejos de vingança? Que mundo estamos almejando? Pois se não progredimos, não estaremos na classe mais adiantada, teremos que repetir a lição até aprendermos. Não mais na terra, que será residência daqueles que se adiantaram, mais num mundo "inferior", pois não poderemos ser causa de pertubação para os bons. Seremos degredados para o meio de espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que esses evoluam e nós dominemos de uma vez por todas o mal que nos deixa evoluir. E um dia, também mereceremos um mundo feliz, pois seremos felizes!
"Contemplai, pois a noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inumeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que um mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra." (Santo Agostinho, ESE, cap. III, 18).
 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

St. Germain e a Chama Violeta.

 Manoel Gomes.
                              
Na nossa busca por conhecimento do significado do sentido da nossa existência, vamos encontrar pelo caminho várias religiões, escolas esotéricas, escolas de mistérios e instituições secretas ou não que afirmam possuir a chave para o nosso contato com o eterno. Muitas são sérias, outras nem tanto. Porém saber qual se aproxima mais da "verdade" é função nossa. Então devemos nos inteirar pelo menos um pouco de cada uma delas para que o nosso julgamento, na medida do possível, não seja um achismo, um ouvi dizer.  
Uma dessas escolas esotéricas mais interessante é a Chama Violeta com seus mestres ascensionados e apelos que nos leva, segundo seus ensinamentos, ao contato mais íntimo com as entidades que atingiram o ápice da evolução, como o mestre St. Germain e a sua chama violeta.
"Chama Violeta, Misericórdia Divina, em mim desce, desce, desce, desce."
Os seguidores da Chama Violeta dizem que Saint Germain realizou sua ascensão no ano de 1684, depois de ter vivido várias reencarnações para estimular nos homens desse planeta o desejo de liberdade pois é função dele trazer a liberdade para todo ser humano, ele é o mestre do sétimo raio. Em cada dois mil anos a terra entra em contato com um novo raio, a roda cósmica necessita, para uma completa rotação, de quatorze mil anos. O sexto raio estava sob o comando de Jesus e encerrou seu ciclo no dia 1 de Maio de 1954.
"Ó Deus Todo Poderoso presente em meu coração. Estabelece um pilar de Chama Violeta em meu tubo de força eletrônica. Faz subir a Chama Violeta dos pés à cabeça e mais alto ainda, e que ela consuma todos os maus pensamentos que eu gerei durante minhas vidas precedentes e a vida presente, ou que são projetados contra mim. Eu te agradeço, Ó Deus Todo Poderoso, presente em meu coração! I AM - I AM - I AM / I AM - I AM - I AM. Deus Todo Poderoso, Eu sou I AM."
                                            
Saint Germain nos dá também o meio de ajudar os entes amados que nos precederam no outro plano. Sabemos que eles vivem uma vida espiritual, mas muitas vezes não sabem que partiram. Ele nos dá nesse caso a oração de Mestre André para ajudar os desencarnados.
"Ó! Incriado e ser supremo! Eu te entrego as almas dos mortos (ou a alma de...). em teu poder. Dá-lhes um caminho a seguir para chegarem à tua augusta Luz. Aclara este caminho e protege-os pelos teus Anjos Celestes. Ilumina suas almas e seus entendimentos e dá-lhes tua sabedoria. Ó! Incriado Ser Supremo, nós te rogamos tomar os desencarnados em teu Poder. Amém."
A Chama Violeta é a graça Divina. Ela consome o ódio, a feiúra moral, ela consome a guerra, a inveja, a vingança, a loucura, a doença, ela consome o carma. Chama tua presença, ela te inundará de Chama Violeta. Ela te atravessará, te tranpassará, te purificará. Ela transforma toda energia maléfica, convertendo-a numa onda de luz que permanece em tua aura, a teu serviço. Consumi vosso passado, consumi vosso presente, a fim de libertar-vos no futuro. Assim, quanto mais a utilizardes, mais ela vos abençoará! Quanto mais vos parecer real e quanto mais a empregardes para outros além de vós, mais ela vos elevará!
"Eu sou a lei do poder vitorioso da Chama Violeta, cuja ação cósmica consumidora purifica tudo que está sobre a Terra por toda a eternidade. I Am - I Am - I Am."


                

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Viajantes do tempo.

             Manoel Gomes.

Somos todos viajantes do tempo, estamos sempre indo em direção ao futuro, é uma viagem sem volta. Não temos opção de regresso, seguimos em frente mesmo sem querer, mesmo contra a vontade. A seta do tempo aponta sempre para frente. Será? O que é o tempo?


"Agourento tempo, companheiro da noite tenebrosa,
Veloz e ardiloso mensageiro, portador de terrível inquietude,
Devorador da juventude, falso escravo de falsos deleites,
Sentinela vil do infortúnio, montaria do pecado, armadilha da virtude,
Tu embalas a todos e a todos assassinas,...”(Sheskespeare).
Nos dias atuais, vivemos nos queixando de falta de tempo. Parece que ele passa mais depressa, faltam horas nos dias para conseguimos realizar todas as nossas tarefas e encaixar algumas outras que pretendemos fazer, como aquela aula de ginástica tantas vezes adiada, o curso de inglês, a aula de dança... Tantas coisas, tão pouco tempo. Quando nos damos conta, o dia acabou, o mês findou e um novo ano já se anuncia... E aquela visita que prometi fazer? Meu Deus, faltou tempo! O que é o tempo?
"Uma ilusão. A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão."(Albert Einstein).
Uma ilusão? O que Einstein quis dizer como isso? Como assim, uma ilusão? Será que ele, o tempo, não existe, é um impostor a roubar nossos amores, nossas conquistas, a nossa própria vida? O tempo é um produto da nossa mente? Ou será que a ilusão é a distinção entre passado, presente e futuro?
"Não há fluxo. Os eventos, independentemente de quando ocorram, simplesmente existem. Todos existem. Eles ocupam para sempre o seu ponto particular no espaço-tempo. Se você estava se divertindo a valer no réveillon, você ainda está lá, pois esta é uma das localizações imutáveis do espaço-tempo." (Brian Greene, físico americano).
Complicou. Eu estou nascendo, fazendo a pré-escola, namorando, passando para a faculdade, arrumando o primeiro emprego, casando, separando... Tudo agora? Faço todas essas coisas eternamente? Bem louca essa teoria e muito difícil de entender... Então, na verdade, tudo no Universo começou e já acabou, nós é que ainda não tomamos conhecimento? O tempo é mesmo de difícil definição, porém todos sentimos o efeito de sua passagem nas coisas que existiram e deixaram de existir; nas fases boas e ruins da vida que vieram, deixaram suas marcas e passaram...

"E o tempo se rói
         Com inveja de mim
         Me vigia querendo aprender
         Como eu morro de amor
         Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
         Que não soube amadurecer
         Eu posso, ele não vai poder
         Me esquecer." (Resposta ao Tempo, Aldir Blanc/Cristovão Bastos).








segunda-feira, 28 de março de 2011

Um estudo sobre o sofrimento.

Manoel Gomes.

O que é o sofrimento? Ele é necessário?

O dicionário Aulete define o sofrimento como: dor física ou moral continuada.

O sofrimento tanto pode incomodar fisicamente: uma doença, um ferimento; como pode ser de natureza moral, emocional: uma separação, a perda de um emprego.

Todavia, por que ele existe? É uma punição, como prega alguns religiosos, por um pecado cometido? E as crianças alcançadas pela dor na tenra idade, que pecado cometeram se ainda nem chegaram a viver? Há uma resposta pronta para essa questão: “Adão e Eva pecaram, desobedecendo a uma ordem do Criador que os proibia de comer de determinado fruto e, assim, o pecado e com ele a dor se instalaram no mundo.”
Somos todos devedores, herdamos a dívida do casal biblíco primitivo. É crível?

No Hinduísmo, a trajetória que a alma terá é traçada de acordo com as ações praticadas aqui na Terra (lei do Carma). O sofrimento é o resultado de ações más praticadas no pretérito, em outra vida. Melhorou, a dor vem em resposta a uma ação errônea nossa, nós somos os responsáveis pela nossa felicidade ou infelicidade.

Já o Budismo ensina que o sofrimento é auto-infligido, oriundo de nossos pensamentos e comportamento, os quais são influenciados pelas habilidades de nossos seis sentidos. Nossos desejos – por dinheiro, poder, fama e bens materiais – e nossas emoções – tais como, raiva, rancor e ciúme – são fontes de sofrimento causado por apego a essas sensações. Portanto, o sofrimento está primariamente associado com as ações de nossa mente. É a ignorância que nos faz tender à avidez, à vontade doente e à ilusão. Como conseqüência, praticamos maus atos, causando diferentes combinações de sofrimento. 

Contudo, será que a dor é só punição, expiação? O que a Doutrina Espírita nos revela sobre o sofrimento?

Na obra “O problema do ser, do destino e da dor”, Léon Denis exemplifica: “... a dor é uma lei de equilíbrio e educação... O sofrimento... deve ser considerado como necessidade de ordem geral, como agente de desenvolvimento, condição do progresso.” Na mesma obra, ele continua: “O gênio não é somente o resultado de trabalhos seculares; é também a coroação de sofrimento. É necessário sofrer para adquirir e conquistar.”
O conceito foi expandido, a dor não é só punição, é também ferramenta do progresso, do aprendizado. A dor educa e fortalece o ser. Molda a criatura humana na preserverança e na humildade, importante para aparar a aresta do egoísmo e da vaidade.

“A dor física é em geral um aviso da natureza, que procura preservar-nos dos excessos. Sem ela abusaríamos dos nossos órgãos até o ponto de os destruirmos antes do tempo.” (Léon Denis).

No livro Libertação da série A Vida no Mundo Espiritual, André Luiz nos ensina que: “O sofrimento é reparação ou ensinamento renovador.” Indicando o caráter educativo da dor, sem ela não conseguiríamos distinguir o bem do mal, o justo do injusto, o natural do antinatural. A dor é um sinal de alerta, um aviso de que algo está errado e devemos tentar corrigir. Significa a maioria das vezes, que pegamos o atalho do pântano, no lugar de pegar a estrada principal. Estamos fora da rota, e é melhor corrigir o rumo, pois, por onde vamos, não chegaremos à lugar algum.

Aprende a sofrer. Não te direi procura a dor. Mas quando ela se erguer inevitável no teu caminho, acolhe-a como uma amiga. Aprende a conhecê-la, a apreciar-lhe a beleza austera, a entender-lhe os secretos ensinamentos... Em vez de te revoltares contra ela ou, então, de ficares acabrunhado, inerte e fraco debaixo de sua ação, associa tua vontade, teu pensamento ao alvo que ela visa, procura tirar dela, em sua passagem por tua vida, todo o proveito que ela pode oferecer ao espírito e ao coração.” (Léon Denis).






quarta-feira, 23 de março de 2011

A Lenda do continente perdido.

                   Manoel Gomes.


Alguém já ouviu falar de Lemúria?

Lemúria foi uma antiga civilização que existiu antes e durante o período de Atlântida. Acredita-se que ficava localizada no Pacífico Sul, entre o norte da América e Ásia / Austrália. Também é conhecida como Mu ou Motherland. No seu apogeu, os lemurianos eram altamente desenvolvidos e muito espirituais. Contudo, não existe nenhuma evidência que Lemúria existiu realmente.


Augustus Le Plongeon, viajante e escritor do século XIX, acreditava que muitas antigas civilizações, como a Egípcia, foram criadas por refugiados de Mu – que ele localizava no Oceano Atlântico. 

Este conceito foi expandido por James Churchward (1851-1936) que afirmava que Mu estava localizado no Oceano Pacífico.

Lemúria é descrito como um continente não muito montanhoso, sendo a parte central mais ou menos nivelada com uma ou outra montanha erguendo-se entre 600 e 1.200 metros. No extremo oeste do continente havia algumas serras cujos picos mais altos constituem as muitas ilhas situadas próximo da Ásia.

A vegetação era de natureza tropical. O inseto que hoje chamamos formiga era tão grande que atingia 5cm de comprimento, a barata tinha de dez a doze centímetros de comprimento e eram capazes de voar a grandes distâncias. O maior animal pertencia a classe dos répteis e chegavam a alcançar mais de trinta metros. Cobras e serpentes de vários tipos eram também comuns.

A mais interessante espécie de animal existente era conhecida como lêmures e era muito parecida com macacos. O nome Lemúria foi adotado devido ao conhecimento da existência de lêmures nas ilhas do Pacífico. Contudo, nos velhos escritos, o continente é referido como a pátria de Mu.

Quanto ao povo, ele era mais um pouco mais alto que a média atual, tendo, talvez, 1,80m de altura e pesando entre 72kg a 90kg. Não eram dados a comer muita carne. Viviam principalmente de legumes e frutas.

Os lemurianos tinham uma vida muito difícil devido ao clima, à natureza do solo e ao contínuo medo de erupções vulcânicas, terremotos, maremotos inesperados e de ataque de hordas de criaturas selvagens que desciam das montanhas, vinham das planícies ou surgiam dos rios e oceanos. Apesar disso, alcançaram grande compreensão científica das leis naturais e desenvolveram certas capacidades humanas interiores.

      Os habitantes de Mu desprezavam conjecturas e especulações em seus estudos. Eles compreenderam que só havia uma fonte fidedigna de sabedoria positiva e esta era a Mente Cósmica. Gostavam de recorrer à concentração e meditação quando em dúvida, ou em busca de novo conhecimento.

       
Eles possuíam uma protuberância no centro da fronte, um órgão sensorial equivalente a um olho, a um ouvido, a um nariz e a qualquer outra faculdade que agora possuímos para receber impressões. Era comum o lemuriano fechar os olhos e ficar parado a qualquer momento durante suas atividades diárias e focalizar a sua consciência no centro de sua fonte e receber uma impressão que poderia ser de visão, olfato, audição ou paladar. Pelo uso dessa habilidade, eles podiam ver ou sentir por olfato, ou som, algum animal perigoso a uma distância muito grande.

Eles declaravam explicitamente que a personalidade do homem era essência e consciência etérea, espiritual e invisível, que ocuparia as condições da quarta dimensão de um mundo puramente espiritual, e que esse mundo não poderia ser descrito com termos materiais.

Os lemurianos não emitiam moedas e não tinham nenhuma mercadoria ou artefato que servisse como dinheiro. Ninguém recebia qualquer forma de remuneração por seus esforços, exceto o privilégio de compartilhar de todos os interesses comunitários. Anarquia e crime, como os compreendemos hoje, reduziam-se a um mínimo. Desconhecia-se o poder da riqueza pessoal.

Os lemurianos foram as primeiras raças definidas do homem conhecidas da história. O continente de Lemúria foi o verdadeiro berço da civilização humana e de seu povo procederam todas as atuais raças humanas.




segunda-feira, 21 de março de 2011

Doenças.

Joanna de Ângelis.



Qualquer equipamento de uso sofre os efeitos do tempo, o desgaste dos serviços, os desajustamentos, caminhando para a superação, o abandono...
O que hoje é de relevante importância amanhã encontra-se ultrapassado e, assim, sucessivamente.
O corpo humano, da mesma forma, não pode permanecer indene às injunções naturais da sua aplicação e das finalidades a que se destina.
Elaborado pelos atos pretéritos, é resistente ou frágil, conforme o material com que foi constituído em razão dos valores pertinentes a cada ser.
Muito justo, portanto, que enferme, se estropie, se desgaste e morra.
Transitório, em razão da própria junção, é, todavia, abençoado instrumento do progresso para o Espírito na sua marcha ascensional.


Chamado à reflexão, por esta ou aquela enfermidade, mantém-te sereno.
Vitimado por uma ou outra mutilação, aprofunda o exame dos teus valores íntimos e busca retirar da experiência as vantagens indispensáveis.
Surpreendido pelos distúrbios da roupagem física ou da tecelagem no sistema eletrônico do psiquismo, tenta controlá-los e, mesmo lutando pela recuperação, mantém-te confiante.

Não te deixes sucumbir sob as injunções das doenças.
Através da mente sã reconquistarás o equilíbrio da situação. E se fores atingido na área da razão, desde hoje entrega-te a Deus e confia n’Ele.
A doença faz parte do processo normal da vida como parcela integrante do fenômeno da saúde.

Do cap. 21 do livro Episódios Diários, de Joanna de Ângelis, obra psicografada pelo médium Divaldo P. Franco.





sexta-feira, 18 de março de 2011

Opinião: A soberania das nações.


Até que ponto uma nação é soberana?

Tal questão me foi suscitada ao ler esta notícia no Estadão:

 ONU autoriza intervenção na Líbia

Por dez votos a zero, Conselho de Segurança autoriza zona de exclusão aérea; Brasil se abstém.

 O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta quinta-feira, 17, a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia e a adoção de todas as medidas necessárias para impedir o massacre de civis por tropas do ditador Muamar Kadafi. A medida recebeu dez votos favoráveis (EUA, Reino Unido, França, Líbiano, Bósnia e Herzegovina, Colômbia, África do Sul, Nigéria, Gabão e Portugal) e cinco abstenções: Brasil, China, Rússia, Índia e Alemanha. Tropas americanas, francesas, britânicas e de dois países árabes devem participar da ação militar.”

Pode? É assim mesmo? O Conselho de Segurança da ONU tem o poder de ordenar a intervenção em qualquer país do mundo?

O que é o Conselho de Segurança da ONU?

“O Conselho de Segurança (CS) é o órgão da ONU responsável por garantir a paz mundial. É formado por 15 países, que avaliam se existe alguma ameaça internacional e decidem como contê-la. Em alguns casos, a decisão tem força de lei, ou seja, não pode ser contestada pelos países da Organização da Nações Unidas. Isso vale para embargo econômico (como foi feito contra o Iraque em 1991, por ter invadido o Kuwait) e intervenção militar (foi o que aconteceu durante a Guerra da Coréia, nos anos 50).

Com o fim da 2a Guerra, em 1945, os vencedores formaram a ONU e o CS. Os aliados (EUA, Rússia, Reino Unido e França), mais a China, se tornaram os membros permanentes. Os outros 10 são temporários, que ocupam a vaga por apenas dois anos.”

Então, existem “membros” e “membros” do CS. Uns são permanentes, com poder de decisão maior, os outros são temporários, não têm poder de veto. O Brasil é um membro temporário, que luta para conseguir ter assento permanente no Conselho, e tem razão, só assim poderia vetar qualquer ameaça de intervenção no seu território.

É claro que se uma nação tiver um grande poder militar, ninguém a ameaçará de invasão e a sua soberania estaria preservada pela força de suas armas. Não é o caso do nosso país infelizmente.

A soberania dos povos está se tornando relativa hoje em dia. São soberanos desde que não ameacem a tal ordem mundial, leia-se interesse econômico, ou se possuírem forças armadas de tal envergadura que desmotivem qualquer aventura no seu território.

Manoel Gomes.