quinta-feira, 17 de março de 2011

O PERISPÍRITO – UM ESTUDO.


O que é o perispírito?

Na questão 93 do Livro dos Espíritos Allan Kardec propõe a seguinte questão aos benfeitores espirituais:

93 – O espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer? (grifo nosso).
“Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto para poder elevar-se na atmosfera e transporta-se aonde queira.”

A primeira conclusão é que ele, o perispírito, é o envoltório do espírito.
No livro Obras Póstumas, Kardek nos informa:

“É o órgão de transmissão de todas as sensações. Relativamente às que vem do exterior, pode-se dizer que o corpo receba a impressão; o perispírito a transmite e o espírito, que é o ser sensível e inteligente, a recebe. Quando o ato é de iniciativa do espírito, pode dizer que o espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa.”

Segunda conclusão, o homem encarnado é um ser tríplice: espírito, perispírito e corpo.

O perispírito é um dos produtos mais significativos do fluído cósmico; é uma condensação individualizada desse fluído em torno de um foco de inteligência ou alma. O corpo perispiritual e o corpo físico têm consequentemente sua origem na mesma substância elementar primitiva, isto é, o fluido cósmico universal.

Quanto mais ou menos evoluído o espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou mais grosseiras do fluído peculiar do mundo onde ele se encarna.

Terceira conclusão, a natureza do corpo fluídico corresponde ao grau de adiantamento moral do espírito.

Há espíritos cujo perispírito é tão grosseiro que se confunde com o corpo carnal, motivo por que eles se julgam vivos após o processo de desencarnação, julgando-se ainda afeitos às coisas que estavam acostumados a fazer.

“... o perispírito pode adquirir as propriedades da matéria e tornar-se tangível, mas essa tangibilidade é apenas momentânea e o corpo sólido se desvanece qual sombra.” (Livro dos Médiuns, cap. VIII, 126).

Essa possibilidade do corpo fluídico se tornar tangível, explicaria muitos casos de aparições relatadas. “Fantasmas” que aparecem e desaparecem sem deixar rastros.
A aparência normal do espírito é a humana, porém os espíritos inferiores podem tomar a forma de animais momentaneamente.

Quarta conclusão, o perispírito em seu estado normal é invisível, mas pode se tornar visível e tangível por certo período de tempo.
 
O perispírito não fica encerrado dentro ou nos limites do corpo; não tem a rigidez do corpo físico, ele tem várias propriedades específicas como absorção, penetrabilidade, irradiação, plasticidade e expansibilidade.
Devido à propriedade da expansibilidade o corpo fluídico por ir muito além dos limites do corpo físico, formando uma espécie de “atmosfera fluídica”. Nisso se baseia a influenciação psíquica de indivíduo a indivíduo, tanto entre encarnados e desencarnados entre si, como reciprocamente entre uns e outros. 

“Outra propriedade do perispírito inerente à sua natureza etérea é a penetrabilidade. Matéria nenhuma lhe opõe obstáculo: ele atravessa todas, como a luz atravessa os corpos transparentes.” (Livro dos Médiuns, cap. VI, 106).

Quinta conclusão, o perispírito é o princípio de todas as manifestações.

“Quando o espírito deve encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que não é outra coisa senão uma expansão do seu perispírito, liga-o ao germe para o qual se acha atraído, por uma força irresistível, desde o momento da concepção. A medida que o germe se desenvolve o laço se aperta... se une molécula a molécula com o corpo que se forma... Quando o germe está inteiramente desenvolvido, a união é completa, então, ele nasce para a vida exterior.” (A Gênese, cap. XI, 18).

O espírito fica sempre preso ao corpo por um cordão fluídico, que serve para chamá-lo quando a sua presença se torna necessária, só a morte rompe este laço.

MANOEL GOMES.

                             

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